Familiares confirmaram mais um corpo encontrado nesta terça-feira (23), no IML de Nova Iguaçu, como sendo de um dos amigos que foram pegos por milicianos em Nova Iguaçu. Trata-se do jovem Adriel Andrade Bastos, de 24 anos. O reconhecimento foi realizado por volta das 10h20 assim que os parentes chegaram no Instituto na Baixada Fluminense.
Segundo a vendedora Andrea Andrade Lopes, 49 anos, mãe de Adriel, o reconhecimento do corpo do filho foi realizado através de uma tatuagem no pescoço com o versículo "Seja Forte e Corajoso".
"Criamos ele no caminho do Senhor. O meu filho sempre trabalhou, ganhou aquele apartamento com 21 anos de idade, ele trabalhava em uma empresa de material de construção. Para ele foi a maior felicidade da vida dele, e foi lá que ele viveu com a ex-esposa e a filha dele. Agora é dar um enterro digno a meu filho", relatou.
Andrea juntou a fé e a força e fez uma oração pedindo a Deus que encontrasse o corpo do filho.
Falei com Deus que eu aceitava que fosse da maneira que for, mas que meu filho viesse para que a gente pudesse fazer um enterro digno Andrea Lopes, mãe
O pintor Ronaldo de Oliveira, de 50 anos, pai de Jhonatan Alef Gomes, de 28 anos, também esteve no IML. Ele já não tem mais esperança de encontrar o filho com vida.
"Na realidade, pelos relatos, eu não tenho mais esperança de encontrar meu filho com vida. Só quero fazer um enterro digno e acabar com essa angústia do meu coração. Meu filho é trabalhador, sempre foi uma pessoa calma, ele faria 30 anos no mês que vem. Ele estava morando com os amigos dele no apartamento. Sempre fazia as festinhas deles, eles trabalhavam com pintura", contou.
Os quatro jovens foram sequestrados por criminosos encapuzados na Baixada Fluminense. Nesta terça, a balconista Ana Maria da Costa, de 40 anos, confirmou que o corpo encontrado na segunda é do filho Matheus Costa, de 21 anos. A família realiza uma vaquinha para poder arcar com o sepultamento.
Douglas de Paula Pamplona, de 22 anos, e Jhonatan Alef Gomes, de 28 anos, ainda estão desaparecidos. O caso segue sendo investigado em sigilo pelo Setor de Descoberta de Paradeiros da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF)
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